Ônibus da empresa Viagens Iris que tombou no DF e matou 7 pessoas era clandestino e fugiu de escolta

 

O ônibus de turismo que capotou na BR-070 no início da noite deste sábado (21/10), matando ao menos sete passageiros e deixando 15 feridos, estava irregular e era escoltado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no momento do acidente. De acordo com o site Metrópoles, momentos antes de tombar no canteiro central da rodovia, o motorista acelerou o veículo, na intenção de fugir dos fiscais da agência reguladora, momento em que perdeu o controle da direção.

Inicialmente, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) tinha divulgado que cinco pessoas haviam morrido no acidente. Porém, com o uso de um guindaste para içar o veículo, os socorristas descobriram que os membros de uma mulher, que estavam decepados, eram de uma vítima já contabilizada e que não se tratava de um outro passageiro morto. Assim sendo, foram quatro óbitos confirmados no local.

Mais tarde, por volta das 23h, os bombeiros atualizaram o total de mortos para cinco: quatro no ponto do acidente e um no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). As sexta e sétima vítimas foram confirmadas neste domingo (22/10).

O veículo estava com os pneus carecas e chovia no instante do acidente. O motorista prestava depoimento no local, ainda na noite deste sábado.

Ônibus clandestino

O veículo atuava de forma clandestina e fazia o trajeto Maranhão-Brasília. O motorista recebeu ordem de parada no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) da BR-070, pouco depois de Águas Lindas de Goiás, onde passou pela vistoria de fiscais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Na ocasião, ficou constatado que se tratava de transporte pirata.

Seguindo o protocolo, os fiscais escoltariam o ônibus até o terminal rodoviário mais próximo. O combinado seria que o motorista deixasse todos os passageiros na rodoviária de Taguatinga e que providenciasse transporte regular para que todos seguissem viagem até os respectivos destinos.

Na altura de Ceilândia, o condutor passou a acelerar o veículo, na tentativa de despistar os fiscais da agência reguladora. Em determinado momento, com a pista escorregadia devido à chuva, perdeu o controle da direção e tombou o ônibus, no canteiro central da BR-070.

Havia 32 passageiros no ônibus. Sete pessoas foram transportadas com ferimentos leves para os hospitais regionais de Ceilândia e Taguatinga, quatro em estado grave, para as mesmas unidades de saúde, e outras sete, sem gravidade, para o Hospital de Base.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal montou uma verdadeira força tarefa para atender a todos os feridos no acidente. Servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e militares dos bombeiros fizeram a classificação das vítimas ainda no local, decidindo as prioridades de atendimento e destinando os hospitais para onde os pacientes seriam encaminhados.

Em nota, a ANTT lamentou o ocorrido e prestou solidariedade aos familiares das vítimas do acidente.

“A Agência Nacional de Transportes Terrestres lamenta e expressa solidariedade aos familiares das vítimas do acidente envolvendo um ônibus neste sábado (20) na BR-070, no Distrito Federal e esclarece que fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações.

A ANTT informa que o veículo de placa JHN-2973 não possui autorização para transporte interestadual de passageiros, sendo considerado um serviço clandestino. O ônibus foi abordado no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde a corporação e fiscais da ANTT constataram a situação irregular do transporte. Como procedimento padrão neste tipo de situação de flagrante, o veículo é escoltado até o terminal rodoviário mais próximo, onde é efetivamente apreendido e os passageiros podem seguir viagem por linha regular, sob responsabilidade de custa da empresa infratora.

O acidente ocorreu quando o motorista do ônibus, que estava sendo escoltado por uma viatura da ANTT até o Terminal Rodoviário de Taguatinga, tentou empreender uma fuga na BR-070. A Agência esclarece que, em nenhum momento, houve perseguição por parte da equipe da Agência. Na fiscalização no posto da PRF, além de constatar a falta de autorização para transporte, foi identificado que o veículo estava sem seguro e com os pneus carecas.

Vale destacar que, nas empresas outorgadas pela Agência, quando ocorrem acidentes, existe a obrigação de comunicação dos fatos, e dependendo da causa, são abertos procedimentos para verificação das condições de segurança.”