DE INVESTIGADOR A INVESTIGADO: César Ferro vira alvo de investigações da Corregedoria e do Ministério Público após liberar prefeito que matou PM em Trizidela do Vale

A trama política-policial que envergonhou o Maranhão no início de julho, até parece roteiro de série policial, mas é realidade; e das mais repugnantes. O delegado regional de Presidente Dutra, César Ferro, passou do papel de autoridade investigadora ao de investigado, após uma decisão questionável que revoltou a população do Maranhão e na época levantou suspeitas de favorecimento político escancarado, segundo foi denunciado à época.

O caso que desencadeou a crise envolve o assassinato do policial militar Geidson Thiago da Silva Santos, de 39 anos, morto a tiros durante uma vaquejada em Trizidela do Vale, no dia 6 de julho. O autor dos disparos, segundo confissão própria, foi o prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier, que usou uma arma ilegal para cometer o crime.

De acordo com o deputado estadual Wellington do Curso, apesar da confissão e da gravidade do caso, o delegado Regional de Presidente Dutra César Ferro liberou o prefeito sem aplicar qualquer medida restritiva. A arma usada no crime não foi apreendida, o que causou ainda mais indignação. O episódio rapidamente ganhou repercussão estadual, impulsionado por críticas que vieram de dentro da própria Assembleia Legislativa.

O deputado estadual Wellington do Curso (Novo) foi um dos primeiros a se manifestar, classificando a atitude do delegado Cesar Ferro como “favorecimento político descarado”. Segundo o parlamentar, há indícios de vínculos entre Cesar Ferro e o grupo político do prefeito, o que motivou a apresentação de representações formais tanto à Corregedoria da Polícia Civil quanto ao Ministério Público do Maranhão (MPMA).

A partir dessas denúncias, duas frentes de investigação foram abertas:

Um procedimento administrativo, que visa apurar eventuais falhas funcionais cometidas por César Ferro.

Uma investigação judicial, focada em possíveis crimes como prevaricação e ocultação de provas.

A pressão política e popular cresce dia após dia. Wellington do Curso pediu publicamente o afastamento imediato de César Ferro, até que o caso seja devidamente esclarecido. “Não podemos tolerar que uma autoridade policial aja como advogado de prefeito, ignorando a lei e protegendo criminosos com mandato”, afirmou o deputado em discurso no plenário.

Por enquanto, o Ministério Público segue com a apuração, e a Corregedoria da Polícia Civil mantém silêncio quanto aos detalhes do inquérito interno. Se as irregularidades forem comprovadas, o delegado “midiático” César Ferro poderá ser punido administrativa e judicialmente, uma queda dura para quem, vez por outra costuma inundar as redes sociais com imagens de suas “ações policiais espetaculosas”, passando supostamente a impressão de “xerifão” da segurança pública na região. A conta chegou.

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