Na sessão da Câmara Municipal de Presidente Dutra da semana passada, quem roubou a cena não foi um projeto relevante para a população, muito menos uma decisão histórica dos vereadores da casa para o município. O destaque vergonhoso, mais uma vez, ficou por conta de mais uma bronca do vereador Juran Carvalho, que disse o óbvio: Ricardo Lucena não tem pulso para presidir o legislativo municipal.
E não foi uma bronca qualquer. Quem assiste as sonolentas sessões da câmara sabe que Juran Carvalho, que já cansou de cobrar respeito ao regimento interno, desta vez extrapolou o limite de sua paciência e praticamente chamou Ricardo Lucena de frouxo. “Eu queria ter a honra de ser presidido por um presidente cabra macho, duro!”, disparou, deixando no ar a constatação de que o atual presidente mais assiste às sessões do que as conduz.
O retrato do parlamento municipal sob o comando de Ricardo Lucena é de pura incompetência e improviso: discussões que descambam para ataques pessoais, vereadores se “bicando” em agressões verbais e um regimento interno que poucos ou quase ninguém respeita e atualmente vem servindo apenas de peça decorativa. Juran, por sinal, já “implorou” inúmeras vezes para que Ricardo Lucena cumpra o papel básico de quem ocupa a cadeira de presidente: exigir respeito às regras da casa. Em vão.
Mas o que esperar de um “presidente” que, ao invés de impor ordem, prefere o papel de espectador da balbúrdia? Falta coragem, falta comando, falta liderança, falta altivez, falta até vergonha. Sobra apenas a incompetência e a inércia de quem deveria dar exemplo e se limita a ser refém da própria fraqueza política.
O episódio da última quinta-feira, 4 de setembro, foi apenas a gota d’água. O vereador Juran não falou sozinho, ele expressou a indignação de uma população inteira que não suporta mais assistir à Câmara Municipal transformada em palco de brigas e picuinhas, sem qualquer autoridade no comando.
Ricardo Lucena pode até ostentar o título de “presidente” da Câmara Municipal, mas está longe de honrar o cargo. Afinal, quando um vereador, a exemplo de Juran Carvalho precisa pedir, implorar por um “cabra macho” no comando das sessões, é porque a “frouxidão” já virou regra.