BARRA DO CORDA: Luzivan é condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato do ex-prefeito Nenzim

Após sete anos do homicídio que chocou o Maranhão, a Justiça estadual, enfim, condenou Luzivan Rodrigues da Conceição Nunes, identificado como o executor do assassinato do ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o “Nenzim”. A sentença foi proferida pelo juiz Clésio Coelho Cunha, no Tribunal do Júri realizado nesta última quarta-feira (9), no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís.

Luzivan, que exercia a função de vaqueiro na fazenda da vítima, foi condenado a 14 anos de reclusão em regime fechado. Em decisão fundamentada, o magistrado negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, considerando a gravidade dos fatos e o histórico criminal de Luzivan, que já cumpria pena por outro homicídio.

O julgamento teve início na manhã de quarta-feira e se estendeu até a madrugada do dia seguinte, encerrando-se por volta de 1h. A sentença representa mais um desdobramento de um dos casos criminais de maior repercussão no cenário político do estado nos últimos anos.

Envolvimento familiar: o filho como mandante

O caso ganha contornos ainda mais dramáticos ao envolver o próprio filho da vítima, Manoel Mariano de Sousa Filho, conhecido como “Júnior do Nenzim”, que em maio deste ano também foi condenado a 16 anos de reclusão, em regime fechado, como mandante do crime.

As investigações conduzidas pela Polícia Civil, com suporte do Ministério Público, apontaram que Júnior desviava cabeças de gado da fazenda de seu pai para saldar dívidas com agiotas. Com receio de que os desvios fossem descobertos, ele teria arquitetado o assassinato do próprio pai, contando com a participação direta de Luzivan.

O crime ocorreu na manhã de 6 de dezembro de 2017, no residencial Moradas do Rio Corda na cidade de Barra do Corda. De acordo com os autos, após o disparo que vitimou “Nenzim”, o filho, que dirigia a caminhonete, não levou imediatamente o pai para o hospital. Imagens de câmeras de segurança comprovaram que o veículo permaneceu por um tempo significativo circulando na principal avenida do bairro onde ocorreu o crime, fato que foi considerado muito importante para a condenação de Júnior.

Com a condenação do executor, o processo penal avança para sua etapa final, consolidando o entendimento do Tribunal do Júri sobre a autoria e a motivação do crime. O caso mostra a atuação eficaz das instituições do sistema de justiça criminal, especialmente no que diz respeito à elucidação de crimes envolvendo figuras públicas.

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