Em meio ao clima tenso na política maranhense, o governador Carlos Brandão (PSB) decidiu mostrar que não está disposto a tolerar ambiguidades dentro do seu governo. Na sexta-feira, 4 de Julho, começaram a ser publicadas no Diário Oficial do Estado as exonerações de servidores vinculados ao grupo político do ministro Flávio Dino, marcando mais um capítulo da rachadura entre o governador e antigos aliados.
Um dos nomes mais proeminentes ligados a Flávio Dino a deixar o Executivo Estadul foi Samuel Barroso, assessor na Secretaria de Agricultura Familiar e irmão do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), um dos principais articuladores políticos do campo dinista.
A saída de Samuel Barroso não é apenas simbólica. Trata-se de um recado direto do Palácio dos Leões para os setores da base governista que mantêm vínculos com a oposição ou que não têm dado sustentação firme ao governo nas votações estratégicas na Assembleia Legislativa.
Nos bastidores, governistas vêm reclamando há semanas da postura de parlamentares e gestores regionais que, mesmo ocupando cargos importantes no Executivo, costumam alinhar-se com a oposição em votações críticas. O desgaste ficou evidente nas últimas sessões da Assembleia do Estado do Maranhão-ALEMA, onde projetos relevantes do governo enfrentaram resistência até mesmo de quem deveria ser aliado.
Com a demissão de figuras próximas a Flávio Dino, Carlos Brandão reafirma sua independência política e sinaliza que não pretende fazer concessões a quem não apoia efetivamente sua gestão. A decisão também pode indicar uma tentativa de recompor a base aliada com forças mais afinadas ideologicamente ao PSB, especialmente num momento em que o governador começa a desenhar seus passos rumo à sucessão estadual em 2026.
Enquanto isso, o campo dinIsta observa com atenção as mudanças no tabuleiro político. A saída de Samuel Barroso pode ser apenas o início de uma série de ajustes que prometem mexer ainda mais com o cenário pré-eleitoral no Maranhão.