Os escândalos que derrubaram o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva, do PC do B, ameaçam trazer à tona um esquema de desvio de verbas na gestão do ex-prefeito de Caixas, Humberto Coutinho, o maior patrocinador da pré-candidatura a governador do presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), depois de Zé Reinaldo Tavares.
Afastado do cargo em 2011, por suspeita de irregularidades na pasta, o ex-ministro do mesmo partido de Dino mostrou-se extremamente generoso com o município de Caxias, destinando quantia que superou em mais três vezes a destinada à capital do Estado, São Luís, no mesmo período.
O maior reduto eleitoral de Flávio Dino, Caxias, foi contemplado com 14 convênios a fundo perdido que somam R$ 13.505.569,58. Parte dessa verba, R$ 5.618.500,00, teria sido desviada.
A denúncia, feita por duas vereadoras de Caxias e publicada em consistente reportagem de O Estado no domingo (20), com farta documentação entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, comprova a existência de uma construtora de fachada, fraude em processo de licitação e obras que não foram feitas.
“Caxias seria uma cidade olímpica se todas as obras tivessem sido feitas”, reclamam as vereadoras.
Ligação umbilical
Para o filho do ex-governador Jackson Lago, o médico Igor Lago, Flávio Dino “foi eleito (deputado federal) pelo cabresto, pela caneta, pela máquina do então governador Zé Reinaldo”.
A forte ligação que mantém com o ex-prefeito Humberto Coutinho vem desde as eleições de 2006, quando recebeu maciça votação em Caxias e, em troca, o município foi contemplado com os convênios eleitoreiros distribuídos pelo ex-governador.
A obsessão do presidente da Embratur pelo poder inclui o cabo eleitoral. Coutinho quer ser candidato a deputado estadual em 2014 e Dino já sonha com ele como o “homem forte” do Governo na Assembleia Legislativa. A “aura de moralidade” do chefão do Comunismo no Maranhão começa a cair.
Do Blog de Gilberto Léda