“A GENTE NÃO QUER SÓ COMER…”

Por Sukarno Cruz Torres

Esta semana, passei uma boa temporada fazendo várias leituras relacionadas à Presidente Dutra. Porque tanta reclamação da sociedade e dos partidos políticos de oposição? O que eles querem? Quais as demandas sociais?

Depois de ler textos em livros, artigos de vários blog’s locais e regionais, também fiz várias leituras de e-mail’s enviados e de umas duas centenas de comentários em redes sociais. Foi constatado nesta busca de informações que, apesar de Presidente Dutra ser uma cidade apaixonante, receptiva, com localização estratégica, com potencial de crescimento Ímpar, é uma cidade carente de justiça social.

Não observei claramente, por exemplo, uma identidade relacionada à cultura. Alguns apontam o festejo de São Sebastião, em 20 de Janeiro, como o ponto de maior referência cultural e religiosa. Nesse ponto, temos que reconhecer os esforços do pároco da cidade, Padre Ermando, que fez uma verdadeira reforma na comunidade católica e na ‘estrutura’ da Igreja Matriz. Não tivemos outras manifestações com expressões que indicassem uma cultura identificada com a cidade.

A nossa juventude é órfã de atenção do poder público. É uma cidade que toda a juventude clama por lazer e uma melhor qualidade de educação e saúde. Temos uma grande quantidade de jovens que estudam em Teresina e São Luís, tendo em vista a falta de oportunidades em Presidente Dutra. Falta incentivos para as práticas de esportes, falta um programa de responsabilidade social elaborado pelos governantes, onde a sociedade possa ter o conforto do atendimento social e não da ‘esmola social’, que é uma prática apontada por muitos. O poder de decisão está nas mãos de poucos e a carência de oportunidades muito próxima da grande maioria da sociedade. São poucos ganhando e decidindo muito, muitos ganhando pouco e sem poder de escolha e decisão.

Já foi dito aqui antes, “que o Prefeito é o principal agente de mudança em um município, é ele quem deve provocar mudanças e não ser um reagente a ela. Cabe ao poder público prever e não apenas reagir.”

Também foi apontado por vários seguimentos de leitores internautas, que os partidos de oposição se acomodam fora dos períodos eleitorais. Acreditamos que não adianta ser contra, para ser oposição tem que ter atitudes. Já que apontamos os erros, temos também que apontar as soluções e fazer mover os meios que possam levar a estas soluções.

Numa cidade onde 78,8% reprovam administração da Saúde, é fácil entender porque 80,5% desaprovam a forma que o poder público administra.

A oposição aproveita os números e diz: “Diria que nossa cidade está em todas as áreas, jogada às cobras. A gestão do dinheiro público é simplesmente abaixo do ruim.” (pastor Raimundo Gomes).

Nos seus ‘dias de cão’, Biné Soares lamentou, dizendo: “Proporcionei ao grupo do qual fazia parte todas as chances de viabilizar uma candidatura a prefeito de qualquer de seus correligionários, respeitaria a candidatura de qualquer um, mas me usaram e me enganaram para só depois do meu rompimento ser decidido o candidato a prefeito.”

Finalmente, a mídia não perdoa, e declara: “Inércia da prefeita de Presidente Dutra pode deixar o município sem a unidade do IFMA.” (Artigo no Blog do Adonias Soares)

Conversei com várias pessoas, tive a satisfação de conhecer uma boa turma de conterrâneos, pessoas que moram em diversas cidades do Brasil. Fiz leituras de comentários interessantes, que podem definir o sentimento da sociedade. Todos foram categóricos em afirmar num ponto: Presidente Dutra está perdendo os valores sociais, a falta de respeito impera em todos os meios sociais. As famílias perderam referências de seus valores, falta o saudosismo sadio e que permitia manter os pilares da sociedade.  Somos a favor de Presidente Dutra.

Por fim, deixo a frase de um internauta que pode apontar uma luz no fim túnel. Ele se identifica no facebook como Edmilson Moreno Pereira. Diz ele: “Morei em Presidente Dutra boa parte da minha vida e é o melhor pedaço de chão que eu ja pisei, sou apaixonado por esta cidade, o estilo de vida do povo, o clima, as incontáveis festas, os grandes amigos que fiz e uma saudade que nunca vai passar, mas em breve estarei por ai novamente, matando saudades e revendo meus amigos. Abraços para esta cidade que é sim maravilhosa e para todos que nela vivem.”

5 thoughts on ““A GENTE NÃO QUER SÓ COMER…”

  • 11 de junho de 2012 em 15:55
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    Parabéns pelo artigo, Sukarno! Você escreve muito bem e é um grande analista político. Mas para chega a conclusão de que a nossa cidade está carente de justiça social e que a sua juventude está órfã de atenção do poder público, não precisava perder tanto do seu precioso tempo com pesquisas. Qual pessoa, por mais leiga que seja, percebe o lastimável estado de abandono no qual se encontra a codade e seu povo. A atual administração tem sido muito cruel com a população que acreditou nela nos dois últimos pleitos eleitorais. Esperamos que neste próximo certame os anseios de todos e em todas as áreas, sejam atendidos de forma satisfatória. Para que isso aconteça é fácil, basta escolher com a razão, e não com o coração.

  • 11 de junho de 2012 em 16:07
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    Correção: onde se ler “qual pessoa”, leia-se ” qual quer pessoa”.

  • 11 de junho de 2012 em 19:58
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    Amo muito tbm esta cidade, e sinto um grande pesar ao lastimável estado de abandono ao qual se encontra, é de doer no coração, até parece q ninguem mais se enteressa por nada no q se refere a sua beleza e ao seu bem estar, e olhe q só vivi lá dos 07 aos 17 anosss, daí pra cá td nela só tem piorado!!!!! É um sonho vê-la de novo de bem com o seu desenvolvimento!! o povo merece uma vida melhor!!!

  • 11 de junho de 2012 em 22:26
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    Bons textos o de Moraes e de Sukarno. Porém, trazem consigo um tendencionismo e reducionismo pueril. Vale lembrar que a situação atual de precariedade pela qual Presidente Dutra passa não é resultado pontual da atuação da atual gestora. Esta precariedade vem se arrastando e ganhando corpo há um bom tempo, desenvolvendo-se ao longo de várias gestões. Portanto, não culpem somente a administração atual, falem também do passado, pois este ajuda a explicar o presente. Prova disso é que este momento atual é apenas uma bola de neve de desastres, ninguém fala: antes Pres. Dutra tinha isso ou aquilo, antes era assim e agora assado. Lógico, pois nunca teve mesmo. Nada caiu, tudo está apenas se construindo ou desconstruindo.

  • 12 de junho de 2012 em 23:09
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    Caro Maranhense, obrigado pela generosidade e pela participação no debate, parabéns pelo nível do comentário.

    Infelizmente discordo em alguns pontos:

    1 – Tendencioso ==> Os fatos atuais não me permitiram ser diferente. A maioria da sociedade não concorda que uma cidade como Presidente Dutra tenha todo este atraso social, portanto, sem resultados positivos, tenho que ser contra e ter inclinação para o lado oposto a esse que vejo.

    2 – Não tive a intenção de reduzir, muito menos de simplificar de forma infantil e inútil a realidade dos fatos. Lamentavelmente é esta a realidade, esta foi a maioria das opiniões de todos com quem conversei. Insatisfação generalizada.

    3 – Novamente, infelizmente tenho que afirmar, que tudo isso, é sim o “resultado pontual da atuação da atual gestora. Esta precariedade vem se arrastando e ganhando corpo há um bom tempo.”

    São 08 anos de mandato. A proposta de melhoria contínua apresentada ficou a desejar por toda a comunidade.

    Maranhense, eu te juro do fundo do coração, como eu queria que fosse tudo ao contrário, que tudo estivesse na mais perfeita e plena ordem, todos sabendo que possuem as mesmas oportunidades. Como seria bom que nossa cidade tivesse coisas básicas, como assistir Central x Grêmio no futebol de domingo, os jogos estudantis, bailes cheios de saudosismos, verdadeiras confraternizações de famílias em clubes sociais. Como era cheio de alegria os desfiles de 7 de setembro na época da Professora Socorro Barbosa. Reinava disciplina, com direito a hino nacional, banda de música, alvorada, civismo e respeito pelo nosso país.

    Não posso fechar os olhos ou fingir que não estou vendo. Hoje, infelizmente não temos nem água que preste para beber, e isso quando tem. Não temos saneamento básico, nenhuma rede de esgotos. Os bairros são verdadeiras favelas, com ruas sem pavimentação, cheias de buracos e com esgotos a céu aberto. A saúde e segurança de nossos conterrâneos estão cada dia mais precárias. Imagine que algumas pessoas comentaram que nossa cidade já é rota de contrabando de armas e drogas e, se não for feita alguma medida para impedir o crescimento desse tipo de evento, será o fim.

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