RAQUEL DODGE: O Brasil teria uma nova “engavetadora-geral” da República?

Raquel Dodge, atual PGR

A Procuradora Geral da República Raquel Dodge vem se notabilizando como a pessoa que mais “trabalha” em Brasília. Em apenas dois meses como chefe da Procuradoria Geral da República ela já mandou para o arquivo, nada menos que 24 inquéritos de 20 investigados e 19 deles são de aliados do presidente Michel Temer; realmente uma “superprodução”.

Dois desses arquivados são ministros, um é Gilberto Kassab (Comunicações) que está no topo daqueles que são investigados e logo em seguida absolvidos. O outro é Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência da República), também conhecido como o “gato angorá” das planilhas da Odebrecht.

E o pedido para absolvição de Franco, é um escracho, um tapa na cara da população: Prescrição da idade, 73 anos.

Há de se perguntar à tão “zelosa” procuradora; qualquer pessoa com essa idade e com foro privilegiado pode, então, pedir a revogação de sua pena por decurso de prazo?

O caso Geral Brindeiro

Geraldo Brindeiro, ex-PGR

O caso Geraldo Brindeiro, em tudo se assemelha ao comportamento da atual titular da PGR. Durante os seus oito anos de mandato como presidente da República, Fernando Henrique Cardoso foi beneficiado pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores, em especial o MPF. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”.

O caso mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, foi a compra de votos para a emenda da reeleição, que nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal e nem seus responsáveis foram punidos à época, porque o procurador-geral simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.

Durante a sabatina de recondução de Brindeiro ao cargo, em 2001, vários parlamentares questionaram as atitudes do “envagetador”, ops, procurador.

A senadora Heloísa Helena, ainda no PT, citou um levantamento do próprio MP segundo o qual havia mais de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral e tudo ficou por isso mesmo.

A atual Procuradora Geral da República Raquel Dodge estaria atuando em favor de Temer e sua quadrilha? Caso isto ocorra, Dodge poderá se transformar na nova “engavetadora-geral” da República. A população brasileira espera que não. Mas isso, só o tempo e suas ações é que vão dizer.